segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

AS MALVINAS, DE NOVO!!!

Um dos argumentos do governo para gastar US$ 10 bi em armamento é a proteção do petróleo no pré-sal. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Ministério da Defesa acabam de ganhar um presente de sua colega argentina, Cristina Kirchner. Lula e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, vêm defendendo com unhas e dentes o programa de modernização das Forças armadas brasileiras, que prevê gastos de aproximadamente US$ 10 bilhões em aquisição de aviões de combate (caças), helicópteros, fragatas e submarinos – inclusive nucleares –, com transferência de tecnologia para o país. Os franceses são os favoritos para reequipar as tropas brasileiras, embora, na questão dos caças, ainda enfrentem a concorrência de americanos e suecos.
Pois bem. Cristina acaba de ressuscitar o fantasma da Guerra das Malvinas, em 1982, quando Argentina e Reino Unido foram às armas pela posse da pequena ilha (Falkland, para os ingleses) no Atlântico Sul. Na época, a Junta Militar que governava os argentinos ia mal das pernas e queria um factóide para recuperar a popularidade. O resultado todo mundo sabe: bombas, navios afundados de lado a lado, mísseis Exocet, caças Harrier ingleses destruindo armamentos inimigos e uma derrota humilhante dos hermanos: o Reino Unido recuperou a ilha (que havia sido invadida por forças argentinas em abril daquele ano) às custas da morte de 644 militares argentinos e 255 britânicos.
Agora, Cristina, que também vai mal das pernas (não no sentido literal, claro), trouxe as Malvinas de volta. Desta vez, o motivo é geoestratégico: o primeiro-ministro inglês, Gordon Brown, anunciou que pretende explorar petróleo nas águas territoriais da ilha. Tudo bem, não fosse um pequeno detalhe: resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), em vigor desde o fim da guerra, determina que todas as decisões referentes às Malvinas (cujo dono ainda não foi oficialmente definido, já que a ilha foi ocupada pelos britânicos em 1833 e os argentinos reclamam a posse desde então) devem vir de consenso entre Argentina e Reino Unido. Ou seja, Brown está tomando uma decisão unilateral. E Cristina reagiu, determinando que todos os navios que passem pela região precisam ter autorização expressa da Casa Rosada. O clima anda tenso nesse lado do Atlântico.

Eu não disse?

Por que a questão das Malvinas é boa para Lula e Jobim? Porque um dos argumentos do governo para gastar US$ 10 bilhões em armamento é exatamente a proteção da camada de petróleo no pré-sal, recém-descoberta pelo Brasil.
Jobim tem dito que um submarino nuclear, além de caças e helicópteros modernos, funcionam como força de dissuação, ou seja, fazem com que um país hostil pense duas vezes antes de querer invadir alguma área em águas brasileiras.
Há lógica nisso. Somente os muito ingênuos – e o pior é que eles existem – acreditam que as grandes potências não estejam de olho no petróleo e outras riquezas brasileiras, como urânio, água e titânio. Brown e as forças de Sua Majestade são a prova cabal disso. A ONU impede que a Inglaterra tome decisões unilaterais em relação às Malvinas. Mas a ONU… ora, a ONU… Que ONU? A essa hora, Lula já pode falar: “Eu não disse?”. As siglas que guiam Brown são outras: Otan (ou Nato, em inglês), a Organização do Tratado do Atlântico Norte, a união militar que congrega desde os Estados Unidos aos países da Europa Ocidental, e que neste momento está em guerra no Paquistão.

Alguém duvida?

O fato é que a decisão de Brown mostra que as grandes potências farão o que for necessário, agora e no futuro, para garantir o suprimento de matérias-primas estratégicas, como petróleo, urânio, metais e água. Os EUA de George W. Bush e a Inglaterra de Tony Blair invadiram o Iraque para garantir petróleo, mentindo descaradamente para o mundo sobre armas de destruição em massa escondidas por Saddam Hussein. Agora, Brown começa a colocar as asinhas de fora – e aqui, no quintal brasileiro.
São as commodities – como petróleo, minérios e grãos – que sustentam a economia global. Sem elas, ninguém come, se locomove ou constrói. Alguém ainda duvida de que eles, os senhores das armas, farão o que achar necessário para ter acesso a elas? Que venha o pacote de defesa de Lula.


FONTE: O Estado de Minas, by Blog Poder Naval http://www.naval.com.br/blog/

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Adeus de Zico ao Flamengo completa 20 anos

Adeus de Zico ao Flamengo completa 20 anos
Jogador se despediu da nação no dia 6 de fevereiro de 1990

Há precisos 20 anos, a nação rubro-negra se despedia de seu maior ídolo, de seu Deus, como preferem dizer os flamenguistas. No dia 6 de fevereiro de 1990, Zico, maior artilheiro do Maracanã, dizia adeus aos seus maiores fãs, no palco que o consagrou mundialmente.
Naquela terça-feira, o trânsito nos arredores do Maracanã já ficara engarrafado desde as 17h, apesar de o jogo estar marcado para as 21h30. Também não era para menos, uma vez que quase 90 mil pessoas pagaram ingresso para ver o Galinho vestir o manto sagrado pela última vez como profissional.
Às 21h25, Zico surpreendeu a todos entrando no gramado pelo vestiário dos árbitros. A partir daí, um show de raio laser projetou a assinatura do craque na arquibancada, de onde os quase 90 mil torcedores que pagaram ingressos agitavam lenços brancos.
No primeiro tempo da partida, o time master do Flamengo, campeão do mundo em 1981, enfrentou o World Cup Master I, formado por ex-jogadores, como os alemão Hansi Muller e os brasileiros Roberto Dinamite, Edinho e Falcão.
No segundo tempo, entrou em campo o Flamengo de 1990, que tinha Leandro e Júnior, da velha geração de ouro, ao lado de novas promessas, como Júnior Baiano, Leonardo e Zinho, para enfrentar o World Cup Master II, formado, entre outros, por Tarantini, Madjer, Camacho, Messey, Cláudio Adão e Bebeto. A partida terminou 2 a 2.
Aos 43 minutos, precisamente às 23h23, o árbitro Wilson Carlos dos Santos parou o jogo. Zico deu a volta olímpica ao som de “Tá Chegando a Hora”. Assim como Carlinhos fizera com ele, em 1970, Zico, em um gesto simbólico, encaminhou-se até a lateral do campo e entregou suas chuteiras ao menino Pintinho, artilheiro da equipe infantil do Flamengo.
Chegava ao fim a era Zico, orgulho e glória de uma nação.